Convite de Jesus; “Segue-me!”
Jesus prosseguiu dizendo a Pedro: “Em verdade, em verdade, te digo: quando eras mais moço, tu te cingias e andavas por onde querias. Mas, quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá e te levará para onde tu não queres”.
Disse isso para indicar com que tipo de morte Pedro havia de glorificar a Deus. E tendo assim falado, disse-lhe: “Segue-me”.
Virando-se, viu Pedro que o seguia o discípulo que Jesus amava, e que na ceia se reclinara sobre o peito de Jesus e perguntara: “Senhor, quem há de te entregar?” Vendo-o perguntou Pedro a Jesus: “Senhor, e este?”
Respondeu-lhe Jesus: “Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa? Segue-me tu”
Por isso divulgou-se entre os irmãos a notícia de que aquele discípulo não morreria. Jesus, porém, não disse que ele não morreria, mas: “Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa?” (Evangelho de João, cap.21, v. 18 a 23).
Jesus prosseguiu o diálogo com Pedro às margens do Mar da Galileia depois de preparar e distribuir pães e peixes para seus apóstolos e de solicitar a Pedro que apascentasse os seus discípulos na senda redentora do trabalho evangélico.
Nesse episódio, Jesus dá uma noção da faixa de idade de Pedro quando diz: “quando eras mais moço” e “quando fores velho”. O que se pode concluir que naquela época Pedro deveria contar com a idade em torno dos trinta anos. Portanto, com aproximadamente a mesma idade de Jesus
Jesus profetizou que o Grande Pescador de Almas chegaria a ancianidade, quando forçadamente seria conduzido para onde não desejara, ou seja, ao martírio até morte. Isso, por defender os princípios de Justiça, Amor e Fraternidade.
Depois de falar a respeito da vida de Pedro, o Mestre o convidou a segui-lo. O apóstolo João, o discípulo amado por Jesus, ou seja, o discípulo que mais compreendeu o amor de Jesus, também pôs-se a acompanhar Pedro e seguir também o Mestre.
Ao demonstrar preocupação quanto ao destino do jovem discípulo João, Pedro lhe indagou: “Senhor e este?”
Embora os discípulos houvesse interpretado equivocadamente que João não morreria, a resposta de Jesus foi categórica. Não importava a Pedro, ou a qualquer um, o que estaria reservado a João, que seria o único dos apóstolos que não passaria pelo desconforto do martírio até a morte. Por isso, o Mestre respondeu: “Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa? Segue-me tu”
Essa resposta do Rabi demonstra que no caminho evolutivo não se deve fazer julgamentos ou comparações para unicamente atender a curiosidade vazia. Cada espírito imortal deve cumprir suas obrigações morais sem “olhar para trás” ou para os lados.
Com essa resposta o divino Messias censura qualquer procedimento que inviabilize ou dificulte o processo evolutivo. O segue-me do Mestre significa “Evolua incondicionalmente” e sem distrações ou atitudes que não contribuam para esse fim maior
A curiosidade de Pedro recebeu como advertência: “Que te importa os outros, segue-me tu”.
Perde-se muito tempo com a ilusão de que a evolução do Espírito depende da vontade de outrem ou de fatos ou circunstâncias externas ao ambiente consciencial.
Pedro e João concluiriam os seus ciclos terrenos segundo os ditames do Pai Amantíssimo com dignidade e fidelidade ao Mestre Galileu. No entanto, cada um deles seguiria o plano evolutivo que lhe era destinado ou apropriado
Ao final, o que importa é a nossa relação com Deus, mas ninguém poderá estabelecer vínculo estreito com o Pai sem as verdades preconizadas e vivenciadas pelo Cristo Jesus.
[Emídio Brasileiro é Membro da Academia Espírita de Letras do Estado de Goiás e da Academla de Letras de Goiânia, leitor do jornal Diário da Manhā]