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Estuda a tua aflição

As aflições do mundo recebem nomes diversos: crime, revolta, desânimo, desespero; desesperança, ofensas, irritação; maus-tratos, ansiedade, depressão, provenientes da vivência de muitas situações como, crianças com poucos anos de vida com doenças incuráveis, a desencarnação de um ente querido, a dificuldade financeira, a separação conjugal.

Uma coisa é certa, quem está vivo no Planeta Terra encara a face da dor. Como esclarece a Doutrina Espírita, a Terra é lugar de provas e de expiações.

O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. V – “Bem-aventurados os aflitos, aponta as causas da aflição, uma, está na vida presente, a outra, na vida passada

Muito do que sofremos tem origem em outras existências, contudo a maioria das dores que passamos tem origem na vida presente, no nosso caráter e de como procedemos na nossa vida nas relações conosco e com o próximo, no como enfrentamos as situações dessa existência, no valor e que damos aos bens materiais.

Emmanuel nos lembra a importância de valorizar a aflição de hoje, aprendendo com ela a crescer para o bem, porque é por meio dessa dor que vamos nos burilando e evoluindo Ele nos convida a examinarmos as nossas próprias aflições, para que elas não se transformem em tempestade. Tempestade que gera desequilíbrios e adoecimentos.

Carregar a responsabilidade pelas nossas aflições não é, nem nunca foi fácil. No livro Boa Nova, de Humberto de Campos, psicografado por Francisco C. Xavier, temos o exemplo de Bartolomeu, discípulo de Jesus, um homem triste que Jesus procurou esclarecer. Bartolomeu falou-lhe que não identificava o motivo de sua tristeza

Contou ele que tinha no Evangelho de Jesus a fonte de esperanças, mas tinha dificuldade de compreender um mundo que possuía tanta maldade, via em toda parte a vitória do crime, o jogo das ambições.

Jesus explica a Bartolomeu que a vida terrestre e uma estrada prodigiosa que conduz a Deus, o trabalho é a marcha e a luta comum é a caminhada de cada dia, o repouso são as horas de serenidade. Na atividade ou no descanso físico, a oportunidade de uma hora, de uma ação, de uma palavra humilde é o convite de Nosso Pai para que semeemos as suas bênçãos.

Em geral, os homens abusam dessa oportunidade preciosa e colocam a sua vontade imperfeita acima dos desígnios superiores, perturbando a própria marcha.

Em vista destas razões, observamos que os homens estão sempre desanimados Obcecados em suas vontades próprias, tapam os ouvidos à realidade espiritual, vendam os olhos com a sombra da rebeldia e passam em lágrimas, Não enxergam o que Deus espalhou, para a sua jornada, em todos os aspectos do caminho. O Evangelho não exige a fortaleza permanente, a verdade não exige, transforma. A alegria, a coragem e a esperança devem ser constantes em suas atividades.

Bartolomeu começou a recordar as razões de suas tristezas, mas, com surpresa, não mais as encontrou no campo do coração. O evangelho de Jesus o havia transformado, seu coração estava aliviado e feliz

Na história de Bartolomeu podemos refletir as nossas aflições. Tudo depende de como a recebemos e reagimos, com aceitação passiva, onde nada fazemos. Ou aceitação ativa, nos movendo, com consciência do sofrimento, mas entendendo que bendito seja ele, que nos leva em direção a compreensão, fortalecimento a nossa fé e a esperança

Os bem-aventurados, não são os que choram e sofrem reclamando. Na verdade, são aqueles que fazem da dor um instrumento para a sua própria elevação, como bendita oportunidades de servir, com bondade e paciência. Nas palavras de Emmanuel, oportunidade de trabalharmos a fim de melhorarmos moralmente e intelectualmente, buscando o equilíbrio das duas asas, a do amor e da sabedoria.

Contudo é importante lembrarmos que nenhum de nós está enfrentando as aflições sem amparo. Como disse Jesus a Bartolomeu: “Nenhum ser está abandonado, porque tudo é de Deus e todos somos seus filhos”

Gislene Souza de Sá Azevedo é pedagoga e membro da Academia Espírita de Letras do Estado de Goiás (Aceleg)






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