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A enorme contribuição de Amélie Boudet, esposa de Allan Kardec

Os livros escritos por Allan Kardec, que compõe a Codificação da Doutrina Espírita, são o resultado de um longo trabalho de pesquisa científica e experimentação, combinado como apoio da equipe espiritual superior, responsável por trazer até nós o Consolador prometido por Jesus Cristo, na época que por aqui passou.

Irrefutável, também, é que na história do surgimento de nossa Doutrina de Amor, pouquíssimas mulheres tiveram destaque, portanto, pouco se fala sobre a grande companheira que muito auxiliou o Mestre de Lyon em sua luta terrena.

Amélie Boudet, mais tarde conhecida como Madame Allan Kardec, nasceu em 23 de novembro de 1795, filha de abastados franceses. Apesar de ter sido criada para ser uma virtuosa esposa e mãe dedicada, preferiu seguir o caminho acadêmico, sempre estudando e se dedicando ao magistério. Assim, embora todo o preconceito sofrido da sociedade francesa da época por ser uma mulher solteira, lecionou, por prazer, Letras e Belas Artes, escrevendo três livros: Contos Primaveris (1825), Noções de Desenho (1826) e O Essencial em Belas Artes (1828)

Contradizendo todo o pensamento vigente, apenas aos 37 anos (em 9 de fevereiro de 1832), a doce professora desposa o promissor codificador, optando o casal por viver de maneira simples em seu apartamento.

Entre os poucos relatos sobre o importante papel que essa grande mulher desempenhou na história do Espiritismo, facilmente compreendemos que sua presença, apesar de muito recatada, foi decisiva na estruturação da doutrina em ascensão, conforme reconhecido pelo seu próprio esposo.

Extrai-se ainda, de informações coletadas com amigos que o casal se entendia muito bem, partilhavam do amor por projeto educacionais e dialogavam com frequência, o que não era comum nos relacionamentos burgueses contemporâneos.

Gaby, como era conhecida na Intimidade, permaneceu firme ao lado de seu marido, sendo incentivadora de seu extenso e árduo trabalho para sistematizar as obras que lhe eram ditadas. Em especial, destaca-se que a publicação, tanto de O Livro dos Espíritos, como da Revista Espírita se devem em grade parte à insistência e perseverança desta ilustre mulher.

Mas, foi o desencarne de Kardec que pôs a prova a dedicação de Amélie para com as questões espirituais de divulgação do Espiritismo. É uníssona a opinião de que ela teve destacada atuação na preservação do movimento espírita, evitando que este enfraquecesse.

Amélie não se entregou ao luto. Pelo contrário, como conhecedora da amorosa doutrina, adotou uma postura assertiva, assumindo pessoalmente todos os encargos necessários ao gerenciamento do Espiritismo, na França e no mundo. Fazia questão de revisar todas as publicações que envolviam a continuação dos estudos de seu querido esposo. Nada era publicado sem a sua prévia autorização.

Assim, viveu até os seus 87 anos, mantendo o estilo de vida simples que partilhou com o companheiro, e dedicando todo o seu tempo e recursos financeiros para a divulgação do Espiritismo. Deixou todos os seus bens aos cuidados da “Sociedade para a Continuação das Obras Espíritas de Allan Kardec, encerrando de maneira brilhante sua encarnação no orbe terrestre.

Sabe-se que em seu funeral, inúmeros amigos e admiradores discursaram, rendendo-lhe homenagens e exaltando o seu trabalho incansável e ininterrupto pelo estudo e a divulgação da Doutrina dos Espíritos.

Sendo assim, Amélie faz jus a todas as honrarias pelo seu belíssimo trabalho no incentivo à codificação e na propagação da doutrina Espírita, merecendo toda a nossa admiração e vibrações de amor.



Camilla Rayana Arruda, espírita e integra a Academia Espírita

de Letras do Estado de Golás.

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