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Tio Di, o amor eterno

 

Tio Di, o amor eterno

 

Certo dia, Jesus desceu a Terra

Trazendo em seus braços uma criança

Que seria eterna…

Eternamente criança, cuja esperança

Brilhava em seu rosto menino

Sorrindo, brincava nos braços de Jesus

Coroado pelos Anjos

Tão belo… Cujo encanto

Emanava forte entre as árvores

Que sorriam de alegria

À espera daquela criança

Que se balançaria em seus galhos

Ouvindo os sinos de Ave Maria

 

 

Cuidadosamente, em Feira de Santana ele nasceu

Nos braços da mãe, D. Ana, que o acolheu

Como o seu décimo terceiro filho

Jesus, então, despediu-se daquela criança

Abençoou os seus passos

E retornou aos céus

De lá, Ele ainda o acompanha sorrindo

Sorri de quando fala e de quando se cala

Sabe que na mente daquela criança

Existe o desejo de voar

 

 

Voar além dos cajueiros da infância

Cujos galhos abrigavam as suas orações e brincadeiras

Sempre ao lado de um doce e pequenino

Querido amigo, o indiozinho

Que dividia o espaço entre os perfumes dos jasmins

Ao rolarem nos capins

Tudo brincadeira de criança…

Sob os aplausos das mamoeiras e cajazeiras

Elas sabiam que aquele pequenino

O querido indiozinho

Fazia parte da mediunidade da criança

Que logo descobriu

Que aquele com quem tanto sorriu

Era um nobre e doce espírito

Que seria para sempre, o seu grande amigo

 

 

Que doce criança…

Desde cedo trabalhou

Tantos irmãos aconselhou

Ainda menino…

Quando o imagino nessas terras

Vida simples, tanta modéstia

Penso nas riquezas que o cercava

Riquezas dos anjos de Jesus

Que nunca o deixaram sozinho…

Mesmo entre as dores e os pesadelos

Daqueles que o faziam chorar de tanto medo

Ele podia contar com o seu grande anjo

Que o acolhia em seus braços

Contento o seu cansaço

E o ensinava a conversar com Deus

  1. Ana, um anjo em forma de mãe

 

 

Entre músicas invisíveis ele foi crescendo

Novos sonhos foram nascendo

Ao lado do seu pai que com tanta dedicação

Deu a ele nobre educação

Cuja disciplina, renúncia e paciência

Deu asas a um grande professor

Um grande trabalhador…

Trabalhador de Jesus

Que logo escolheu seguir a Doutrina Espírita

E que mesmo entre as dificuldades da vida

Desafios, professores mascarados e desencontros

Nunca deixou de sorrir a creditar

Para mim, uma eterna criança…

Que sempre escolherá o verbo amar

 

 

Vindo dele, foram tantas as conquistas

Não há como por em medida

Tantas palestras, tantos livros, tantos filhos

Filhos da Mansão do Caminho

Sempre amparado pela nossa querida Joanna de Ângelis

Que o guia, dita os livros e o orienta

Ela sabe o que precisamos escutar

Ele sabe como a nós orientar   

 

 

Fala com tanta devoção

Ensinamentos de amor, da nossa Doutrina da Consolação

Inspiração que nos envolve, emociona e acalma

Faz-nos seguir mais leve. Com mais fé…

Um anjo com certeza

Que cresceu em meio à natureza

Apaixonado pelas flores e por todos nós da humanidade

Exemplo de humildade

Que segue sempre, sempre sorrindo…

Pai do coração, avô, um grande amigo

Para mim, o querido Tio Di

 

 

Sei que é Di na intimidade

Quem sou eu para chamá-lo assim?

É que meu coração pulsa de saudade

Desse anjo que só de longe conheci

Mas que sou grata por cada palavra

Dessa eterna criança…

Luz de esperança

Que brilha no seu coração de orador

Mostrando ao mundo que não importa quanto tempo passe

Ele sempre optará pelo Amor.

 

 

 

 

Thaís Lúcia Machado da Silva Ramos.

Membro da Academia Espírita de Letras do Estado de Goiás.

(Cadeira n ͦ 23).

 

 

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