Jesus aparece a dois discípulos a caminho de Emaús – Parte 3
“Porventura não ardia em nós o nosso coração, quando ele nos falava pelo caminho e quando nos explicava as Escrituras?”
Na mesma hora levantaram-se e foram anunciá-lo aos outros, retornando para Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze e os que estavam com eles, os quais disseram: “É verdade! O Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!”
E eles narraram o que lhes acontecera no caminho e como o reconheceram ao partir o pão. Outros, porém, nem a estes dois deram crédito. (Evangelhos de: Marcos, cap. 16, w. 12 e 13 – Lucas, cap.24, w. 13a 35).
Imediatamente os dois discípulos foram a Jerusalém para contar aos onze apóstolos a respeito desse encontro admirável. Os dois foram anunciar a ressurreição do Senhor como mensageiros da Boa Nova. Eles saíram de Jerusalém tristes e desolados e retornaram comovidos e jubilosos. Ademais, não se pode afirmar que os discípulos de Emaús encontraram os apóstolos no mesmo dia, mas no dia seguinte ou numa ocasião em que todos estavam reunidos.
Alguns apóstolos acreditaram nos relatos dos discípulos de Emaús e ainda acrescentaram que o Mestre aparecera a Simão Pedro. Outros, porém, permaneceram incrédulos diante das narrativas quanto ao ressurgimento de Jesus, provavelmente, o apóstolo Tomé fez parte desse grupo como se verificará adiante.
Jesus apareceu a Pedro depois da visita que fizera ao sepulcro juntamente com João. Não deve ter sido uma aparição simples. Jesus não apareceria a Pedro sem que não houvesse um diálogo. Do mesmo modo que conversou com Maria Madalena, com as outras mulheres e com os discípulos de Emaús, também deve ter orientado a Pedro a respeito de assuntos que os Evangelhos não relatam por recomendação do próprio Cristo. Por isto, os discípulos afirmaram: “É verdade! O Senhor ressuscitou e apareceu a Simão”. O ressurgimento de que trata esta afirmativa não diz respeito a quem aparece e imediatamente desaparece e sim de quem aparece e estabelece contato mais próximo.
O divino Messias apareceu a Cleofas e ao outro discípulo para, mais uma vez, confirmar a profecia e demonstrar que muitos podem aparecer em nossos caminhos necessitados de fé, de acolhimento e de esperança porquanto são enviados do Pai que nos fortalecem a existência por intermédio da caridade. Por intermédio desses, Jesus pode aparecer em nossos caminhos com diversas roupagens
Acreditemos firmemente na constante assistência amorosa e sábia do Grande Rabi. No momento apropriado, Jesus nos distribuirá o Pão da Vida para sentirmos o “coração arder” de júbilo e de felicidade. Depois disso, nos apressemos a levar aos nossos irmãos a Boa Nova da Esperança. Não importa a incredulidade do incauto, que um dia haverá de reconhecer e de aceitar a verdade inconteste.
Conheçamos e estudemos as Escrituras tal qual fez Jesus para esclarecermos aos irmãos do caminho a respeito das verdades eternas. O Mestre demonstrou grande sabedoria, mas também incomensurável conhecimento acerca do que lhe interessava para ensinar a respeito do trabalho e da vontade de Deus.
Quando sairmos da Emaús do mundo partiremos, em definitivo, para a Jerusalém Espiritual, onde seremos acolhidos por Deus, por Jesus e seus mensageiros para habitarmos na Sublime Morada por toda eternidade.
(Emídio Silva Falcão Brasileiro é educador, jurista e cientista da Religião, autor da obra “A Caminho do Deserto”, da AB Editora. É membro da Academia Espírita de Letras do Estado de Goiás, da Academia de Letras de Goiânia e da Academia Aparecidense de Letras)