TABAGISMO E SAÚDE FÍSICA E ESPIRITUAL II
-TABAGISMO E SAÚDE FÍSICA E ESPIRITUAL
PARTE 2
Vale ressaltar que as substâncias da fumaça do cigarro têm efeitos sobre a saúde do fumante, mas também sobre a saúde dos não fumantes, os fumantes passivos, aqueles que ficam expostos à poluição do ambiente causada pelo cigarro.
Esses absorvem também nicotina, monóxido de carbono e outras substâncias da mesma forma que os fumantes, embora naturalmente em menor quantidade. A quantidade de tóxicos absorvidos depende da extensão e da intensidade da exposição, além da qualidade da ventilação do ambiente onde se encontra a pessoa.
Além disso, sofrem os efeitos imediatos da poluição tabágica ambiental, tais como: irritação nos olhos, manifestação nasal, tosse, cefaleia, aumento de seus problemas alérgicos, principalmente das vias respiratórias, e aumento de problemas cardíacos, elevação da pressão arterial e angina, eoutros efeitos a médio e longo prazo, como o aumento do risco de ter arteriosclerose e aumento do número de infecção respiratória em crianças. Além disso, os fumantes passivos morrem duas vezes mais por câncer de pulmão do que as pessoas não submetidas à poluição tabágica ambiental.
As crianças, principalmente as de baixa idade, são enormemente prejudicadas em sua convivência involuntária e muitas vezes obrigatória com o fumante.
Nos Estados Unidos, observou-se um fato interessante, muitas empresas que proíbem os seus empregados de fumarem no trabalho, a fim de protegerem a saúde dos não fumantes, informam, que os benefícios são maiores do que se pensava, pois muitos fumantes estão se conscientizando e abandonando o vício.
Isso é muito positivo visto que o prejuízo proporcionado pelos fumantes é intenso em todos os sentidos, pois os empregados fumantes de dois maços por dia se ausentam do trabalho, em média, 150% a mais, pois estão mais suscetíveis a doenças, e causam um custo anual de 25 dias de produtividade por ano, para cada empregado fumante.
O tabagismo é classificado no Código Internacional de Doenças (CID-10) como grupo dos transtornos mentais e de comportamento decorrentes do uso de substâncias psicoativas.
Além da criança, é a mulher, que, por possuir um organismo muito mais delicado e profundamente sensível, e por ser o vaso procriador da vida, situando-se entre as forças astrais da vida oculta e as energias da animalidade do mundo material, sofre muito mais que o homem, os efeitos perigosos das substâncias contidas no fumo; e as estatísticas nos provam que as mulheres que fumam envelhecem mais rapidamente do que as outras que não fumam.
Fumar durante a gravidez traz sérios riscos, entre eles, abortos espontâneos, nascimentos prematuros, bebês de baixo peso, mortes fetais e de recém-nascidos, complicações com a placenta e episódios de hemorragia ocorrem mais frequentemente quando a mulher grávida fuma.
Um único cigarro fumado por uma gestante é capaz de acelerar, em poucos minutos, os batimentos cardíacos do feto, devido ao efeito da nicotina sobre o seu aparelho cardiovascular. Assim, é fácil imaginar a extensão dos danos causados ao feto, com o uso regular de cigarro pela gestante.
Os riscos para a gravidez, o parto e a criança não decorrem somente do hábito de fumar da mãe. Quando a gestante é obrigada a viver em ambiente poluído pela fumaça do cigarro, ela absorve as substâncias tóxicas da fumaça que pelo sangue passa para o feto.
Quando a mãe fuma durante a amamentação, a nicotina passa pelo leite e é absorvida pela criança; ou seja, a criança também fuma.
Estudos mostram que crianças com sete anos de idade, nascidas de mães que fumaram 10 ou mais cigarros por dia durante a gestação, apresentam atraso no aprendizado quando comparadas a outras crianças: observou-se atraso de três meses para a habilidade geral; de quatro meses para a leitura; e de cinco meses para a matemática.
É, portanto, fundamental que os adultos não fumem em locais onde haja crianças, para que não as transformem em fumantes passivas obrigatórias.
Se, na matéria, o quadro para o fumante é desastroso, espiritualmente consegue ser ainda muito pior, pois, quando encarnado, serve de piteira vivapara os obsessores, também fumantes, que precisam saciar os seus desejos e não olvidam nenhum esforço ou ato para atingirem os seus objetivos; ajustando o seu perispírito ao perispírito do encarnado; procurando por todos os meios haurir desesperadamente as emanações do fumo.
Isso acontece porque o fumo, além de suas características voláteis no mundo material, interpenetra os baixos comandos do mundo astral, por possuir, como tudo, a sua cópia fluídica, que então é absorvida avidamente pelos desencarnados, que consegue amenizar à sua aura, a aura dos fumantes encarnados.
Sem sombra de dúvida, é a lei de correspondência vibratóriaque realmente regula o sofrimento ou o prazer de cada criatura, em conformidade com a sua escravidão ou libertação dos vícios da carne.
Assim, o sofrimento causado pela impossibilidade de fumar, entre as almas desencarnadas, varia conforme o grau de sua escravidão ao vício do cigarro e a sua condição mental, visto que, por ingerir conscientemente um veneno letal que o foi destruindo aos poucos, será enquadrado espiritualmente como suicida indireto.
Lembremo-nos da grande advertência de Emmanuel, quando ele nos diz: “CUIDADO, IRMÃO, PARA NÃO IR ENGROSSAR AINDA MAIS AS FILEIRAS DAQUELES QUE FORMAM OS SOFREDORES DAS TREVAS”.
É interessante lembrarmos que, embora a bondade, o amor, a pureza, a renúncia e a honestidade proporcionem às almas desencarnadas uma situação de paz e entendimento espiritual, a saudade e os vícios adquiridos na terra continuarão a acicatar-lhes o perispírito, não obstante sejam elas dignas de admiração no mundo.
Daía conveniência de abandonar os vícios maléficos, nesse caso, o fumo, antes de sua desencarnação, pois o vício terreno é assunto individual, cuja solução requer a decisão interior de cada um e não depende de mudança de um para o outro plano da vida.
Há um grande equívoco por parte de algumas pessoas, ao pensarem que, após o desencarne todas as sensações da matéria desaparecem com o corpo físico; ignoram essas pessoas que o desejo reside no corpo astral e não no corpo carnal, portanto, aqueles que partem da terra ainda escravizados pelas paixões perniciosas e pelos vícios perigosos, são perseguidos pelo desejo vicioso e violento e, só depois de os drenarem para fora de sua indumentária perisspiritual, é que poderão livrar-se dos desejos desregrados.
Na verdade, o fumante que não tenta vencer o seu vício, quando encarnado, arrisca-se a revivê-lo ainda mais intensamente, quando desencarnado. Pois no mundo espiritual, a sua sensibilidade fica muito mais aguçada, inclusive os seus vícios, que exigem ser atendidos.
Visto que o objetivo fundamental da evolução do espírito é a libertação de todas as paixões e desejos próprios dos mundos físicos, deve a alma exercitar-se para a sua mais breve alforria espiritual, desligando-se definitivamente dos vícios que podem prendê-la cada vez mais aos ciclos tristes das encarnações retificadoras.
E o cigarro, embora pareça um vício sem importância, é exigente senhor, que ainda depois da desencarnação, obriga o espírito a render-lhe a homenagem do desejo veemente e insatisfeito.
E o viciado totalmente dependente, torna-se obsessor, às vezes, até dos familiares queridos, a fim de satisfazer a sua angústia em busca da fumaça do cigarro, recurso maquiavélico, mas único, para saciar o desejo veemente de fumar; obsessor, pois procura desesperadamente o fumante encarnado para transmitir-lhe o desejo de fumar cada vez mais e mais, a fim de que possa sugar a sua cota de fumaça.
Em resumo, quando está encarnado é obsediado para fumar, quando desencarna vira obsessor. Em busca da fumaça do cigarro.
A afirmativa vem de Jesus, quandoele nos diz, conforme o registro de Mateus, 18:18;
“Em verdade vos digo que tudo o que ligardes sobre a terra será ligado também no céu, e tudo o que desligardes na terra, será desligado também no céu”.
Como se vê neste admirável conceito de Jesus, está implícito o ensinamento de que só habitaremos o céu no mais completo estado de paz, liberdade e alegria, depois que nos desligarmos completamente de todas as coisas, desejos e vícios do mundo carnal. Então, o que na terra foi desatado pela própria vontade e consciência do espírito, também será desatado no Além.
O corpo de carne apenas revela as sensações do espírito no mundo físico; por isso, os desejos inferiores, que vivem na intimidade da alma, continuam a se manifestar mesmo ante as belezas dos ambientes celestiais.
Interessante lembrar que a “Planta Nicotina Tabacum” não é uma erva perniciosa criada por Deus; nesta planta existe grande quantidade de elementos que podem ser aplicados com excelente utilidade na indústria, na medicina, no comércio e noutras esferas de trabalho pacífico.
Não consta nas informações espirituais, que DEUS haja criado o tabaco para o homem mascá-lo, sugá-lo queimado ou torrá-lo para metê-lo dentro das narinas ou, ainda, chupar a fumaça de suas folhas secas e enroladas sob vistosos rótulos coloridos; o homem, sim, é que o transforma em fumo, perde o seu comando mental e se transforma num obsidiado do cigarro, que lhe controla até os nervos motores e o obriga a render-lhe tributo desde a manhã até a noite.
O fumante não tem alternativa, a não ser se conscientizar do grande mal e deixar o vício e, se possível, enquanto ainda está com mais saúde; e para isso ele dispõe de vários recursos para ajudá-lo nessa luta, amigos e toda a literatura, principalmente aquelas que falam dos vícios e das prisões mentais, ou seja, das prisões sem grades, esse pensamento sendo sincero, tornar-se-á uma prece, um pedido de socorro aos olhos de DEUS.
Raimundo Aguiar
Raimundo Cordeiro de Aguiar é vice-presidente do Grupo de Edificação Espírita e autor do livro- “O amor não pede certificado de perfeição” |