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Obsessão e o mundo virtual

(Mônica Bastos Arruda Xavier de Souza, membro do Grupo de Edificação Espírita e da Aceleg- Academia Espirita de Letras do Estado de Goiás, ocupando a cadeira 26)

 

 

Obsessão e o mundo virtual

A globalização de informações, disponíveis 24 horas, na palma das mãos, através da conexão de uma intemet com os nossos smartfones a cada dia toma maiores proporções demandando mais tempo de nossa rotina

O mundo virtual é maravilhoso, encurta distancias, dá acesso a conteúdos que facilitam às nossas vidas, é um importante instrumento de trabalho e uma poderosa ferramenta de progresso pra humanidade

Porém, nem tudo que acessamos é informação relevante, e à mais de 30 anos Joanna de Angelis nos deixou um alerta em seu livro “Otimismo” psicografado por Divaldo Franco:

Observando as pessoas, tens a impressão de que nestes dias da Informática, todas se encontram esclarecidas a respeito de tudo. Contudo nem todas as informações transmitidas são corretas. Muitas são elaboradas para atender a determinadas faixas de interesse e carregam condicionamentos psicológicos com finalidades negativas, servindo a propósitos que não visam esclarecer nem libertar consciências.”

E para que possamos utilizar essa benção tecnológica de forma positiva, é que quero esclarecer sobre alguns aspectos do nosso envolvimento com o mundo virtual a luz da Doutrina Espírita, e como tudo isso pode desencadear ou agravar processos obsessivos.

O ponto de partida é entendermos o que é obsessão: Obsessão é uma interferência prejudicial, exercida por um espírito sobre o outro, estejam esses espíritos encamados (vivendo em um corpo material) ou desencarnados (aqueles que já não possuem o corpo material). Essa interferência prejudicial, apresenta características diferentes que vão desde uma influencia moral sem sinais exteriores perceptíveis, até a total perturbação do organismo e das faculdades mentais.

A obsessão se estabelece através mente. Por isso, acontece independentemente de estarmos encarnados ou desencarnados, porque a mente é um atributo do espírito permanecendo viva mesmo após a morte do corpo físico. O que liga uma mente à outra é o nosso campo de radiações eletromagnéticas emitidos através dos pensamentos.

E falando de mundo virtual, faço um comparativo pra que todos entendam como acontece a conexão magnética entre mentes diferentes.

Através da tecnologia atual podemos nos comunicar de Goiânia com uma pessoa na China através do nosso aparelho celular. E isso acontece porque um aparelho emite ondas eletromagnéticas portando o som da nossa voze todo conteúdo da conversa. Essas ondas vão de um hemisfério para o outro levando todas as informações através da sintonia de dois celulares. O mesmo acontece com emissoras de rádio, de TV, internet sem fio, GPS, satélites. Esses aparelhos emitem a captam ondas eletromagnéticas que estão carregadas de uma infinidade de informações, imagens e sons. Elas transpõe obstáculos e levam conteúdos por toda Terra. Porém, essas ondas estão em uma frequência que a nossa visão e audição não conseguem captar.

E sabiam que o mesmo acontece com mente?! Sim, porque quando pensamos e sentimos emitimos ondas eletromagnéticas que portam todas as informações dos nossos pensamentos e sentimentos. Da mesma foma não enxergamos nem Ouvimos, mais elas estão por toda parte. Assim, através da mente, o espírito tanto emite as próprias ideias e radiações quanto assimila as radiações e ideias de outras mentes.

Entretanto essa assimilação de ideias não acontece ao acaso, é necessário que haja sintonia. Voltamos a nossa comparação para entendermos como se dá essa sintonia.

Nós temos que programar uma frequência específica nos aparelhos para sintonizar as ondas deste ou daquele programa de rádio ou canal de TV. Por exemplo, eu não assisto as imagens da emissora X se eu estiver sintonizando meu aparelho na frequência da emissora Y. Eu não falo com a Maria digitando o número de telefone do Jodo porque são frequências diferentes.

Assim acontece com a mente. Pensamentos de crueldade, revolta, tristeza, inveja, vingança, medo, culpa… possuem uma qualidade magnética diferente, das ondas dos pensamentos de amor, boa vontade, compaixão, alegria, fé. Assim, ao emitirmos ideias através dos pensamentos, nos colocamos em sintonia com outras mentes que emitem frequências similares as nossas.

A partir desse esclarecimento, se observarmos do ponto de vista da física, a obsessão não é algo “de outro mundo”. E uma sintonia de frequências de pensamentos e sentimentos que propicia uma interferência prejudicial. E se ela acontece, é porque existe na mente algo que alimenta uma conexão negativa.

E o mundo virtual alimenta em nós muitas conexões negativas!

Aquilo que assistimos na TV, que acessamos pela intemet, jogos, perfis que seguimos nas redes sociais e grupos de whatsapp interferem SIM na frequência dos nossos pensamentos. Ali existem conteúdos pra todos os gostos dos espíritos inferiores: violência, tragédias, vingança, sensualismo, pornografia, intolerância política, sensacionalismo e muito mais!

Ao acessarmos continuamente esses conteúdos vamos nos colocamos em sintonia com espíritos fixados na mesma frequência, eles nos utilizam pra absorver as sensações que esses conteúdos provocam na matéria e nos induzem a comportamentos semelhantes no mundo virtual e fora dele. E observem como a intemet sempre traz mais daquilo que demonstramos interesse, o que facilita recorrentes acessos a conteúdos negativos.

Nas redes sociais a cada dia surgem perfis nada educativos, muitos carregam mensagens subliminares através de imagens, histórias ou “piadinhas” que vão fomentando no nosso subconsciente comportamentos preconceituosos, autoritários, machistas, dentre outros desconexos da ética e do amor. E por ter muitas vezes uma conotação “engraçada”, ganham seguidores que compartilham com amigos, que compartilham com outros amigos… Quem nunca compartilhou uma “piadinha” preconceituosa ou de mal gosto por achar engraçada?

Do nosso ponto de vista pode parecer inofensivo, mas, espíritos se aproveitam desses momentos em que direcionamos a energia mental para estímulos inferiores para fomentar nossos padrões mentais perturbados, e à partir daí acessar por sintonia a nossa mente. Uma ressalva, esses padrões mentais perturbados já são nossos, dessa ou de outras vivencias como seres milenares que somos, os espíritos só os alimentam.

E mais, todas as vezes que publicamos, comentamos, marcamos alguém ou quando encaminhamos algo pelo whatsapp podemos vir a influenciar pessoas, e isso pode gerar em suas mentes o foco mental negativo que se transforma no ponto de partida para se fomentar esses padrões mentais perturbadores.

Pensem em quanta responsabilidade: nós nos tornamos corresponsáveis pelas consequências dos nossos conteúdos virtuais na vida das outras pessoas!

Antes de levar adiante uma mensagem, precisamos refletir: Vai contribuir em algo? É verídico o que estou encaminhando? Já não nos pensamentos do tipo: “Repasso porque achei engraçado” ou “Recebi e repassei, nem tenho tempo de conferir se é verdade.”

Sobre isso, Allan Kardec nos faz um alerta no livro O Que É o Espiritismo: “quando nos falta o tempo para fazer conscienciosamente uma coisa, é melhor não fazê-la; é preferível produzir um só trabalho bom a fazer dez maus.”

Esses padrões mentais perturbados interferem diretamente na qualidade dos nossos relacionamentos sendo as famílias e casais os que mais sofrem consequências. Uma das técnicas utilizada pelos obsessores é de desconstruir a identidade das convivências e dos relacionamentos interpessoais fazendo com que a nossa realidade deixe de ser atrativa, e se tome pobre e desinteressante.

Por exemplo: “- Aqui ao meu lado só está meu companheiro/companheira, ou, aqui do meu lado só estão meus filhos, mais aqui (no mundo virtual) tem um monte de gente!” Invigilantes, começamos a absorver essas ideias negativas : ” Ah, é claro que um monte de gente é mais interessante do que só ele ou só ela!”.

A partir daí temos uma realidade cada vez mais comum: um lar, duas pessoas, cada um no seu mundo virtual particular aumentando suas carências. Começa a fuga da realidade, do contato, do carinho, do diálogo e do estar junto.

Geralmente obsessores fomentam os sentimentos de rejeição, ciúmes, insegurança, cobrança, infidelidade, dentre outros. Vamos atraindo magneticamente pessoas na mesma frequência de intenções, e começamos a nos permitir atitudes e comportamentos que sabemos não serem adequados) mais nos permitimos porque todo mundo faz”. E quando isso acontece, a obsessão foi instalada com sucesso!

Do mesmo jeito que a internet é uma ferramenta de trabalho pra nós, também é para os desencarnados, porque através dela tudo toma uma proporção muito mais rápida também pro lado negativo.

A conexão excessiva nos impede de aproveitar o bem mais precioso: o tempo no presente. Muitas vezes estamos em momentos ou com pessoas, com a nossa atenção em outro lugar, ou em outros lugares ao mesmo tempo. Esse comportamento vai gerando uma sensação de que estamos o tempo todo ocupados, mais não somos produtivos. O tempo passa e parece que não produzimos por não conseguimos tranquilizar a mente e manter o foco no momento presente.

Esse quadro é diagnosticado na atualidade como Síndrome do Pensamento Acelerado que é desencadeada ou exacerbada pela conexão excessiva como mundo virtual.

O contrário acontece quando vivenciando o presente, e as vezes é preciso desconectar dos celulares pra que aconteça, isso nos proporciona assimilar informações, perceber detalhes, sons, pessoas. Quando vivemos integralmente o presente os momentos se tornam ricos de estímulos porque nos conseguimos percebê-los e o tempo aproveitado sacia nosso desejo de produtividade.

Bom, esse assunto tem muitas nuances que variam em cada caso especifico e aqui, de forma nenhuma, estou desaconselhando o uso da internet. O intuito é propor um olhar atento sobre a prioridade que o mundo virtual tem tido em nossas vidas e um melhor critério ao selecionarmos o que assistimos na TV e acessamos na internet, porque a mídia desumanizada só existe porque tem consumo.

Essa é a proposta porque acredito que adequarmos a postura em relação ao mundo virtual é uma forma de contribuirmos para a regeneração coletiva do planeta.

A vida meus amigos é regida por reciprocidade, por “permutas construtivas” através da conversação, do olho no olho, da atenção, do carinho, do toque. E essas são realidades escassas nas redes sociais.

Eu entendo que muitos buscam as interações virtuais como uma forma de obterem momentos de felicidade, mas se existe uma coisa que eu aprendi é que a felicidade, só vale a pena quando ela pode ser compartilhada!

(Mônica Bastos Arruda Xavier de Souza, membro do Grupo de Edificação Espírita e da Aceleg- Academia Espirita de Letras do Estado de Goiás, ocupando a cadeira 26)

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